Outras Lentes

Sou quem sou e isso chega À beira do infinito e salto a cerca Esqueço a letra Vida dupla a saltar entre planetas Sinto a perda da memória Sempre q'ela quer falar acerca dessa história Poeta ou escória Ambos Mágoa infeta a córnea Depois escorre e cura os danos Porque é que me Recuso a aceitar Esta paz que procuro à anos Tombado por recantos de Lisboa Espaço escassa tempo voa Sempre à toa neste labirinto que me é tão querido mas embora eu não admite Me magoa Grito esperança Só caus ecoa Se que vou gritar safoda Só p'a ver como soa Saiu p'a me embriagar E vejo a cidade nua Juro vejo verdade crua Mais um a vender curas Jura Cura bota abaixo Tu és a ovelha pura Sempre à procura de encaixe Eu sou linha C Cascais Não, não quero o mundo eu quero mais Não quero o mundo eu quero paz Esqueci o meu corpo Escrevi esta só ca alma Trauma identitário Já faz parte da minha aura Na floresta desde sempre A minha bússola é diferente Nunca encontra o Norte Porque ele fica sempre mais à frente Fica ao lado da sorte Numa praia de areia tão quente Queima até o Sol Não dá p'a ficar indiferente Mas como eu disse vais andando E vês que logo ali à frente É p'ra cortares na próxima direita Porque é isso que sentes Eu não me interesso se a dica 'tá perfeita Interesso-me mais em sentimentos Eu quero mais E tu dás menos Não me surpreende a mim Nem a quem achas especial E que te acaba a dar o toque P'a ires lá acariciá-lo A tua carreira são presentes Explora o teu potencial É que tu tens a atitude Mas falta-te algo essencial Mano esta moca mostra os dentes Ela não verga nem que tentes Também não fuma do que vendes Põe-te a ver fadas e duendes Mostra-te o mundo por outras lentes Ventos que tu nem sentes Vidas que tu não viste Mas que te deram sentimentos Vistas são tão tristes Sem palavras consequentes Por mais que tentes Não surpreendes Não surpreendes Não surpreendes Não surpreendes Esqueci o meu corpo Escrevi esta só ca alma Trauma identitário Já faz parte da minha aura