O Rap à Procura de um Título

Há dias escutando vários sons alimentando a mente/ Lendo livros se equilibrando psicologicamente/ Sozinho no quarto, louco, chapando o globo/ Janela meia aberta e a luz do sol esfriando/ Sei lá, o que está acontecendo? / A noite não consigo dormir por conta dos pesadelos/ Por favor não me fale de religião/ Eu sei que Deus ouve sim a minha oração/ Talvez os meus pedidos sejam grandes demais/ Talvez o mal realmente ofusque mesmo a paz/ Não dá pra entender o desejo, o ódio humano/ Que sente inveja, se corrói de raiva até da sombra mano/ Tanta falsidade, tanto sorriso de Judas/ Onde está a solução, me diz onde encontrar a cura/ Ouço gritos no meu íntimo que pede socorro/ Será que estou doente ou estou ficando louco? / Vários copos de café na madrugada um instinto/ Não é sonambulismo, o estado é bem mais crítico/ Refrão de base No apertar da mão a aura do falso revela/ Mascarado, hipócrita, verdade que cai por terra/ Não foi preciso ninguém falar por mim/ O meu caráter com a maldade dele fala por si/ Silenciosamente sigo na minha trajetória/ Hoje lágrimas de sofrimento, amanhã dias de glória/ E os vizinhos que observam, comentam sem entender/ O que faço da vida, por que eles querem saber? / Tentam ver, querem descobrir na marra/ O mistério, o segredo de toda essa garra/ Confesso que as vezes a tristeza me apavora/ Na amplidão deserta é onde a minha alma mora/ A impressão é de estar ouvindo vozes/ Turbilhões de sentimentos nessa hora é preciso ser forte/ Ao despertar do dia outra manhã sadia/ Corpo cansado, olhos fundos, vou em busca da brisa/ Aqui eu trago o vulto suave de um lírio/ A sombra do martírio, o rap a procura de um título/