O Tempo Passou Igual um Flash [Ao Vivo]

Uma lágrima que desce na face é amarga Uma nódoa que cai sobre a folha retrata Lembranças da infância quando eu era criança Das brincadeiras na favela futura esperança Sem malícia, mas apressado pra crescer Virei adulto agora não quero mais envelhecer Tempos bons na cabeça nada de preocupação Disputa de bolinha de gude e rodar peão Ruas de terra, na chuva, virava barro Pra desespero das mães lavar as roupas nos braços Paraisópolis e vários campinhos pra jogar bola Diversão dia e noite, molecada da hora Parecia que ali não existia conflitos Acreditem pra criançada era um paraíso Jogo de taco na rua, quem nunca jogou? É cria nossa, o basebol foi quem nos imitou Colocar água nos pneus velhos de carro Dois cabos de vassoura, descer a rua embalado Soltar capuxeta, correr atrás de pipa Na guerrinha de mamona era ladrão ou polícia Pique esconde, pega-pega, duro ou mole Perna de pau, perna de lata, se equilibra quem pode Fazia balõezinhos com sacos de lixo E com argila e pedra uma cidade ia surgindo Refrão 1x: O tempo passou rápido demais R: O tempo voou, passou como um flashback Quando olho pra trás, vejo que não sou mais moleque Ontem uma criança, hoje um velho rapaz R: Apenas um velho rapaz, em busca de paz interior e nada mais Se eu tivesse o poder do mágico de Oz R: Eu voltaria no tempo e mudaria tudo Eu viraria criança outra vez, pra fazer um mundo bem melhor Hoje é só saudade a brincadeira acabou Crianças do mundo moderno, tipo robô Jogos eletrônicos, cabos pra conectar Computador, Tablet, vídeo game e celular Sem contato físico, sem olho no olho Monitor com câmera, filmando e gravando Esferográfica que não escreve mais aposentou Sem sentimentos digita no teclado sem amor Não tem emoção, nem arrepiou no corpo O ser humano anda frio, mesmo vivo tá morto Os papéis estão se invertendo, vai vendo Os bichos são mais racionais do que o homem moderno Era digital, globalização fatal Máquinas que valem muito e avida nem um real A ganância, a arrogância, a falta de compaixão A paciência perdida, a violência em expansão Criança canta música de conteúdo obsceno Aprende tudo o que não presta, se exibe no espelho Os pais sem tempo, esquecem que até tem filhos Que crescem sem abraço, sem saber o que é carinho Trancados no seu mundinho tecnológico O que será dessas crianças num futuro próximo? Quando perceberem que o tempo passou igual um flash Que não são mais crianças, que deixaram de ser moleques