1973

Queres ser fat? então respeita o tempo da cassete Porque o RAP agora já traz o punch do berço Em cada corte dado eu conto cinquenta e sete Por toda a cicatriz que trago comigo agradeço O Hip Hop é assumido naquilo que falo É sentido não se pode vesti-lo ou calçá-lo Sem que o fake aceite e venha servi-lo de estalo Nem que tenha e use azeite para cantar de galo E acuse a escória de juntar lenha para queimá-lo Há quem recuse e só desdenha porque quer comprá-lo E abuse pois imita a farda que der no gargalo Se vens de visita guarda a senha no intervalo Se tens entrada provisória, já é obsceno Considerando “desliguei-me” mas sem respeitá-lo Na oratória do produto com h pequeno Querem tanto matar o game Eu prefiro salvá-lo Mostrá-lo e ganhar terreno ao main Em pleno ataque frontal O nosso exército cordeno sereno tento guiá-lo Pouco nos importa a zona e o sotaque local O ideal é ficar fora mas dentro do tempo verbal presente Quem entende não se rende a quem duvida Só reais sabem o valor do que tu disseres Quem não se vende e já escolheu entre o RAP ou a vida Estás no spot errado se queres likes e shares É tudo ou nada sem ter desvio na trajectória E para quem não viu a mensagem, há que explicá-lo O hip é conhecimento da tua própria história O hop é movimento e coragem para aplicá-lo Aprende que nem sempre a vitória é meritória E a importância de separar o trigo do joio Para que não se ouvisse a abordagem contraditória De quem opta pelo beef e dá diss e em vez de apoio Dizem "cuidado, não estás preparado Vives enganado, nem sabes quem são Desgovernado, ainda és acusado Tão mal empregado quem explica a lição Estás agarrado e é muito arriscado Que um rato enjaulado não cede à razão" Estou acordado e de ego blindado Fico descansado que nada é em vão Tantas vezes do orgulho faz-se luz no escuro Vinda do entulho nasce a lírica mais honesta O que vês eu pus de parte para o meu futuro Que se traduz em arte mítica e se manifesta Devemos o que somos a quem veio antes Continuamos sem sair da fase pura Hoje rimamos em cima dos ombros de gigantes Desde setenta e três se fez a base da cultura Muitos disseram que era apenas sol de pouca dura E quiseram apostar destinar-se ao falhanço Que eram 3 ou 4 anos, porque ela satura Mas há 44 que brilha sem dar descanso Sabes porque o fazes? sempre soube porque o faço Acalmar beats vorazes é o dom que forneço Se escreves barras tens de viver ao som do compasso Porque é que paras, meu puto? ainda mal viste o começo Transpareço enfureço quem procura fight No progresso rítmico nem penses em dar bite Permaneço empenhado porque quando sentes sái-te O processo é químico Eu tenho um lado walter white Estabeleço: cópias ficam fora do meu território Contaram com canais pa dizer “és um mc” Quantos ficaram sentados à espera do relatório Mas só conhecem o RAP através da mtv? Na verdade a dificuldade tende a afiná-lo Vou confessá-lo: sempre o fiz e se desmoralizei Nunca apressei, mas sem apressar já quis apressá-lo E avançar para o final feliz como num filme disney Mesmo assim tomei acção, revolta canalizei Tentei evoluir enquanto honrava os precedentes Para mim não tem solução porque nunca parei Se desistir é opção então somos muito diferentes Dizem "cuidado, não estás preparado Vives enganado, nem sabes quem são Desgovernado, ainda és acusado Tão mal empregado quem explica a lição Estás agarrado e é muito arriscado Que um rato enjaulado não cede à razão" Estou acordado e de ego blindado Fico descansado que nada é em vão