No Intervalo

Não foi aquela cena de trabalhar, ganhar dinheiro Ser rico ou mostrar ao mundo que se é rico Tenho sucesso, 'tou aqui Apanho Sol, 'tou na boa não sei quê A mim chateia-me, não sei se é de mim E depois lá está, vais-te embora e não fica cá nada Ficam os carros a apanhar pó Foca-te no tempo que essa guita dá-te jeito Mas a qualquer momento esta vida dá-te o fade out Eu sei que a saudade é sentida com respeito Medida a qualidade, acredita que é defeito Ao te convencer que 'tar é na farra de copo estreito Até não passar de cinza na jarra e, por isso, rei Todos dizem pa' avançar quem te agarra num parapeito? A mente a fritar precisa de amarra e nunca o mostrei Talvez por burrice dei, bazo dando "bom proveito" Na rotura ela rasura a mistura a que me habituei Vejo o quanto me isolei desde quando comecei E a loucura era a procura da cura na beat-tape Crazy era fluir sem guião que o mundo inteiro espera Quando eu cair eles vão sentir o cheiro a terra Vais ouvir o Verão pedir a Primavera E onde vires o chão florir foi onde eu fiz a guerra Ela é quem dita a escrita e quanta tinta pões No fundo causa que eu parta e me sinta longe Normal que eu siga a batida e decida hoje Meter o mundo em pausa com samples a 32 Onde aquilo que eu pensar é o que eu te falo Recuso-me a correr só pa' ter saldo Há saber quanto custa e quanto vale E eu não quero viver no intervalo Aquilo que eu pensar é o que eu te falo Recuso-me a correr só pa' ter saldo Há saber quanto custa e quanto vale E eu não quero viver no intervalo Aquilo que eu pensar é o que eu te falo Recuso-me a correr só pa' ter saldo Há saber quanto custa e quanto vale E eu não quero viver no intervalo O mais estranho é quando te conhecem já há não sei quanto tempo E depois de repente decidem que "pá, se calhar não. Porque não gosto desta pessoa como ela é e tu sempre fizeste igual" O que é que mudou? Foca no presente, que o futuro parte dele Mas a qualquer momento o passado fica a full time E o que te ilumina, mesmo no escuro há que vê-lo Mentalidade de cima, mas o sotaque do Sul sái-me Se a verdade é suicide social Há-de sê-lo do inocente à espera que o culpado diga "culpai-me" Num mundo ideal, isso há sonhá-lo e há querê-lo O meu é nunca separar o Conhaque do bule Vai metendo em perspectiva toda a contagem de vida Com a cabeça fora de água a saber da margem perdida Vi que poucos me ajudavam com uma bagagem retida E aprendi que uns quantos já me pagavam uma viagem só de ida Ida sem regresso no carrossel Acham-me comovido só porque eu peço um papel E se eu não procuro comida até tropeço no farnel A confiança é como vidro quanto te atravessa a pele Tudo no 'tel e a vida à distância do iCloud Vens a rigor do fameseek Isso é por lá que hão de ensiar-te mais um trick A ignorância dá-te clout Não és o que tens, o teu valor não vem de um like count Por isso aquilo que eu pensar é o que eu te falo Recuso-me a correr só pa' ter saldo Há saber quanto custa e quanto vale E eu não quero viver no intervalo Aquilo que eu pensar é o que eu te falo Recuso-me a correr só pa' ter saldo Há saber quanto custa e quanto vale E eu não quero viver no intervalo Aquilo que eu pensar é o que eu te falo Recuso-me a correr só pa' ter saldo Há saber quanto custa e quanto vale E eu não quero viver no intervalo Aquilo que eu pensar é o que eu te falo Recuso-me a correr só pa' ter saldo Há saber quanto custa e quanto vale E eu não quero viver no intervalo Eu penso nisto muitas vezes Mesmo os meus bisavôs, o que é que eu sei deles? E eu devo a minha existência a eles Não viveram em vão, percebes?