Novamente

Fica a saber que é sem maldade se me afasto Nunca fez parte do meu plano Mas na verdade eu não a escolhi Ela veio como divindade no profano Com um olhar de jade onde me perdi No início evitei-a, achei-a estranha Tentei e admito que não a percebi Era preciso tempo e há tanto que me acompanha Eu não passava de um garoto quando a conheci Com sorrisos formou-se cumplicidade Fomos colegas de brincadeira Sem avisos tornou-se mais que amizade Pensei que era mera emoção passageira Mas a inocência passou a malícia Encontrei-lhe medos e guardei instantes O carinho levou à carícia Naveguei segredos, decorei recantos É dedicada, tão serena, atenta e reservada Mas provocada ela invoca a fúria de um furacão É ciumenta, sem injúria, sabe que é amada E que cada discussão foca a reconciliação Ela não aparenta os prantos por que já passamos Deu-me a mão quando ninguém podia E apesar dos anos, quando nos tocamos É com a paixão e o encanto do primeiro dia Por isso não me estranhem muito se aumenta a distância Ou se a nossa linguagem mais ninguém entende Não é que tudo o resto não tenha importância Mas ela leva-me a sonhar eu cedo novamente Não me estranhem muito se aumenta a distância Ou se a nossa linguagem mais ninguém entende Não é que tudo o resto não tenha importância Mas ela leva-me a sonhar eu cedo novamente Não me estranhem muito se aumenta a distância Ou se a nossa linguagem mais ninguém entende Não é que tudo o resto não tenha importância Mas ela leva-me a sonhar eu vou E se parto outra vez eu não pude evitar Sem fazer pressão e sem dar parte fraca Mostra-me em silêncio que sei decifrar Cada expressão que até sem maquilhagem se destaca Conheço bem como ela pensa e pede que eu a siga Vou sem hesitar um segundo e não se acomodou No fundo quer fazer diferença e quem sabe consiga Não sei se vai mudar o mundo, sei que o meu mudou E em cada dança concedida enquanto tudo gira Tiramos dias na batida e os ponteiros param Parece fácil e dizem que o nosso amor inspira Isso sem saberem das mágoas que o estruturaram Cada momento partilhado é incomparável Até que a hora da despedida me acorde a sós Talvez nem sempre interpretado como algo saudável Eu bem sei que a saudade sentida é mais forte que nós Fechados num carrocel de romance clandestino Sem motivo e sem pensar partimos em viagem Viajamos no papel, ambos sem destino E se nos quiseres encontrar, desejo-te coragem Procura em parte incerta num antigo dialecto A entrada é secreta e está repleta de amargura Deixasse a porta aberta e o teu olhar fosse discreto Vias a pena de um poeta perto da loucura Por isso não me estranhem muito se aumenta a distância Ou se a nossa linguagem mais ninguém entende Não é que tudo o resto não tenha importância Mas ela leva-me a sonhar eu cedo novamente Não me estranhem muito se aumenta a distância Ou se a nossa linguagem mais ninguém entende Não é que tudo o resto não tenha importância Mas ela leva-me a sonhar eu cedo novamente Não me estranhem muito se aumenta a distância Ou se a nossa linguagem mais ninguém entende Não é que tudo o resto não tenha importância Mas ela leva-me a sonhar eu cedo novamente Não me estranhem muito se aumenta a distância Ou se a nossa linguagem mais ninguém entende Não é que tudo o resto não tenha importância Mas ela leva-me a sonhar eu cedo novamente Eu cedo novamente Eu cedo novamente Ela leva-me a sonhar eu cedo novamente Ela leva-me a sonhar eu cedo novamente Cedo novamente Eu cedo novamente Ela leva-me a sonhar eu cedo novamente Cedo novamente Eu cedo novamente Ela leva-me a sonhar eu cedo novamente