Fim dos Tempos (feat. Valéria Barcellos & Marcelo Cabral)

As tempestades nucleares Promoveram um espetáculo inesquecível A morte veio como um brilho azulado Em gotas de sereno cor de lavanda Grudava nos dedos Revestia folhas Parasitava metais e plásticos Estava nas bactérias das quais Nunca esteve tão claro Éramos feitos Na superfície devastada Descobrimos que as máquinas Também morriam O fim dos tempos Começou com o fim do tempo Aceleramos a tal ponto que Passado e futuro desabaram no presente. O passado passou a ser inventado O futuro já não podia ser construído O fim dos tempos Começou com o fim do tempo Aceleramos a tal ponto que Passado e futuro desabaram no presente O passado passou a ser inventado Construído, destruído O futuro já não podia ser construído Inventado, destruído, Ah! Os muito ricos Se refugiaram em bunkers Discos rígidos e espaçonaves Seus sonhos de salvação Provaram ser apenas outro tipo de pesadelo Vão se decompor em órbita Ou, com sorte, virar estrelas cadentes Não há botão que nos livre Do drama cotidiano De radiação e fogo O fim dos tempos Começou com o fim do tempo Aceleramos a tal ponto que Passado e futuro desabaram no presente