rosenstrauch

Como uma erva daninha, uma roseira sem rosas Por maus olhos minha figura esguia é notada Mesmo que minha alma avive brevemente aqui A dor que eu infligi em outrem é indeliberada Como uma pedra afiada, uma roseira sem rosas Derramo o sangue de todos que tentam me tocar Mesmo que o amor seja minha única cura Eu o destruo antes mesmo que eu tenha a chance de amar Como roseira sem rosas, como a brasa do sagrado Queimar minha cerne é tudo o que eu mais pedi Sentir o calor expurgando todo o mal em mim Purificando os pecados que por eras eu cometi Como roseira sem rosas, um cadáver no deserto Eu definho longe de todos, com o rosto coberto Esconder minha lepra é o melhor, e talvez assim Meus espinhos se virem e machuquem somente a mim Como uma roseira sem rosas, vira-lata ansioso Eu corro atrás do meu próprio rabo religioso Enquanto o mundo lá fora corre indiferente sem mim Eu persigo o eu pecador que me trouxe até aqui Como uma roseira sem rosas, como a mulher infértil Busco o perdão dos que me depositam suas graças Eu olho pra cima tentando enxergar o Pai mas Tudo o que eu vejo é um teto cheio de traças Como uma roseira antes com rosas, agora fraca Eu busco a compreensão dos telespectadores Olhares de julgamento me perfuram como facas Que corroem minhas raízes e despencam minhas flores E agora, como uma miserável roseira sem rosas Eu definho, sozinho, neste chão frio sem aporte Minha boca seca, minha visão escurece, mas Consigo sentir finalmente, o doce beijo da morte