Matrix

Há resistência à esperança não há mudança Três pesos é mais um do que a balança Matança lenta e dolorosa Rotina assassina escurece como uma rosa Prosa sem ritmo nem poesia Só quotidiano trezentos e sessenta e cinco dias de um ano Para vinte e dois de alegria é insano Ver a vida a desabar por um cano, mano Estamos formatados a caixas em caixotes Procedimentos corretos ditados pelos chicotes Do protocolo que nos mete em pacotes Ausentes de luz, cinzentos como robots O mundo foi desenhado a alcatrão Para fazer um pêndulo de aversão da demora Mais de uma hora solidão Das vinte e quatro sobram três e em nenhuma há criação Porque enquanto corremos atrás fugimos da nossa idiossincrasia Foge! Vai na frente, vai na frente, vai na frente Porque enquanto vamos com o sonho na frente toda a escuridão se alumia Eu quero um mundo vivo: amarelo, verde, vermelho, azul De braços abertos para a cidade estar sempre cool Fazer a diferença em prol dos demais Sorrir para a vida para que ela me traga sempre mais Pintar imaginários com as palavras dotadas De cheiros e memórias livres sonhadas Por uma mente diferente que semeia a raiz Que se alastra e rompe terra fértil como desejos juvenis Feliz como toda a gente que embarca nesta viagem Aragem na cara, olhos na margem Triagem de bad feelings fora da bagagem Coragem de frente para o big brother da espionagem Sobe o amor como se fosse o Bob Move gente une continentes snob Fica na porta é melhor travares Sou da equipa good feelings como a Sara Tavares Porque enquanto corremos atrás fugimos da nossa idiossincrasia Corre na frente, corre na frente, corre na frente Porque enquanto vamos com o sonho na frente toda a escuridão se alumia Bem-vindos ao futuro e à inteligência artificial À programação de inteligência emocional Autómatos de carne e sangue nas veias Vagueiam a cidade de ruas cheias Este é o futuro! Nada diferente d' isto o pode ser Emoções por escrito e emojis para receber a perceção A rede é dominatrix! O Neo não voa, mas isto é o Matrix Porque enquanto corremos atrás fugimos da nossa idiossincrasia Porque enquanto vamos com o sonho na frente toda a escuridão se alumia Porque enquanto corremos atrás fugimos da nossa idiossincrasia Foge Porque enquanto vamos com o sonho na frente não há escuridão