T'Arder

Chegámos ao estado máximo de evolução coletiva Ao rácio catártico da palavra desmedida De gente que se sente entendida destemida Numa realidade nunca sentida e muito menos vivida Na tua cela assistes à novela se não há notícia fá-la fictícia Uma delícia a perícia da peripécia e a inércia na ilícita controvérsia É fundamental o direito à opinião Mas opinião vazia e gratuita é ausência de educação É combustão de material seco de massa crítica É fogo de artifício para uma sociedade pouco anímica Mas aqui ninguém trabalha por missão Anda-se na omissão na esperança de nova eleição Correspondendo a desertificação de ideias construtivas Impregnando o espaço de atitudes nocivas T'árder, t'árder Mas arde tanta coisa que não consigo perceber! T'árder, t'árder Mas arde tanta coisa que não consigo perceber! No desastre há união na contestação São todos iguais quando é que há revolução? Escondido atrás de um teclado menino mimado em ação Muda de dedo carrega no botão Nova forma de contestação à lá século vinte e um DH já te tinha dito que não és tu, não, és apenas mais um Exposto a cru na ridicularização de nunca teres lutado Abdicado do quer que seja desse conforto Ainda não percebeste que és um peso morto? Afoito pela crítica e sangue de língua afiada Que partilhas de azedume não levam a nada Mas o meu país arde todo o ano é insano Ver-lhe a raiz do corpo ver-lhe o dano A passividade aos problemas que emanas Caminhamos anos após ano sobre as chamas! T'árder, t'árder Mas arde tanta coisa que não consigo perceber! T'árder, t'árder Mas arde tanta coisa que não consigo perceber! Caminhamos ano após ano sobre as chamas Caminhamos ano após ano sobre as chamas Caminhamos ano após ano sobre as chamas Caminhamos ano após ano sobre as chamas T'árder, t'árder Mas arde tanta coisa que não consigo perceber! T'árder, t'árder Mas arde tanta coisa que não consigo perceber! T'árder, t'árder Mas arde tanta coisa que não consigo perceber! T'árder, t'árder Mas arde tanta coisa que não consigo perceber!