Bobagem

Um pernilongo me picou, Que desgraça, eu sou alérgico Vê se deixa a minha perna em paz Hoje eu quis matar alguém Que bobagem, deixa disso! Você é louco da cabeça? As vezes penso que meu pênis poderia ser alguém, Algum amigo que me contasse histórias, Que me fizesse sentir bem de outras formas Hoje eu sonhei com o trabalho novamente Que engraçado, pra onde foram os pesadelos da infância? Bicho de palha, velho vesgo e o alce na janela? Vai ver eles morreram não faz muito tempo Eu também penso na morte, é o que acontece, a gente morre O balanço, os brinquedos, seu cabelo, tudo morre Se eu morrer dia quatro, depois vem o dia cinco, E então o dia seis e logo após o dia sete E eu fico tão feliz com isso, a vida segue Eu quero ver o Santos jogar na tv Acordar de manhã cedo e fazer potes de pimenta Cravo da índia, orégano, cebola e outras coisas O meu vô faz tudo isso e aparenta estar feliz Vou fazer isso também, Quem sabe eu não acabo mais feliz? Eu fui tomar café e manchei minha camisa Mas de manchas já bastam as do passado que permeiam minhas emoções e me levam à apatia e a indiferença que sinto toda vez que caminho pelo cinza urbano dessa triste cidade em meio aos ratos e as traças Um velho me parou em frente da prefeitura Perguntou se eu tinha isqueiro, eu disse que sim mas estava acabando E ele disse que estava tudo bem, que as coisas acabam mesmo Eu disse pra ele, pois é, parece que tudo nesse mundo acaba Inclusive essa música, que vai terminar antes de