Papillon

Sem crises Desligo a TV e abro um livro emprestado de alguém É que minha mente ultimamente tem focado demais nos prazeres Preso a ilusão de querer conhecer, convencer e tentar ser alguém.. Buscando na minha cabeça O que os homens buscam nos deuses Pelo meu bairro comprimento um crente com um livro de baixo do braço Eu com a dúvida em baixo do braço Divididos por um falso espaço Alguém de barba no espaço que ele sonha em conhecer Alguém de chifre lá em baixo que ele diz me convencer E logo eu que sempre andei fudido Já tive mais dinheiro que amor, meu bem A visão ruim do amor vem do lado dos iludidos É o lado ruim do poder vem da visão dos que não tem Outro livro que eu não terminei Rimas que eu não terminei E olha aonde eu terminei Moça, me diz o que eu não sei É que eu virei o que eu temia e esses dias me assustei Tentei pensar em um lindo dia e foi você que eu imaginei Tá aí, matei de novo o racional do animal em mim Tirei a roupa do varal e botei sem passar Cai de skate, me fudi, porque que eu sou assim? Será que Deus me odeia só por não acreditar? Eu vou pegar os meus poemas e colar pelos postes Dizem que eu sou muito fechado e não sei me expressar Meu irmão, não vai ser igual a mim se tiver sorte Mas tomara que ele erre aonde eu fiz questão de errar Eu sou mais um corpo pelo universo Olha meu rosto ele não te diz nada Meus membros vão se desfazendo em versos Pra que minha alma seja observada Olha minha alma se escondendo em versos Virei um rosto que não te diz nada Entre meus membros vive um universo Mas só a carne é observada Te exigem coerência né? Vivemos a margem da incerteza da existência Então usa a inteligência e vê Pratique mais do que a própria sobrevivência É que eu aprendi a amar agora É que não dá pra não ligar mais pra dinheiro Mas sei que a serra comemora se um dia eu chegar no topo me mantendo verdadeiro E eu vou