Sombras

Uma sombra ao acordar procura Respirar e ir ao fundo Os dedos tocam a areia Platinada O corpo corre para se evadir Na estranheza de um sentir De um querer mas não ser Os dedos tocam a areia O corpo corre para se evadir Partilha Os olhos brilhantes e profundos com palavras Porque o silêncio vai existir Num amanhã ruidoso sem hábeis surpresas Ao encontro daquilo que se diz E se faz Pelo estado das palavras Que se movimentam nos teus lábios Fazem-me regressar a mim Aos poucos sem soletrar Sem soletrar Uma única Negação Uma única Negação Os dedos tocam a areia