Solilóquio

O que é vencer sem tropeçar nem cair? A vida prega me partidas Eu já só quero fugir Mas a maior partida foi eu conseguir Cair pela mesma inúmeras vezes E parar de sorrir O vento sopra me na cara Acordo ou não? Acordo sim, mas na vida durmo Sem dar a mão à palmatória Vivo na solidão enquanto escrevo a história Da vida dum puto que sonhava com palcos mas anda no meio da escória Já não há volta a dar? Pergunto à insónia Fico a delirar com sono e ouço os meus pensamentos Afinal falo sozinho por momentos Escrevo no telemóvel mas eu canto em voz alta Palavras de entristecimento Entristece-me o enriquecimento em tópicos menos saudáveis que flutuam na minha mente São demasiados pra falar acerca de falar acerca deles então falo sozinho com o meu subconsciente Eu durmo acordado, olho pesado pestana caída Cigarro a fazer de incenso pendurado na boca A queimar os lábios enquanto o fumo enche a minha cabeça oca Fico só sentado enquanto a minha voz ecoa Quero flutuar, quero bazar daqui Quero sentir a ascensão da minha alma Quero voar, quero bazar daqui Quero sentir aliviação na minha alma