O Gajo do Costume

Ele é misterioso E um tanto solitário Pele branca como o cal A precisar de um solário Anda pela cidade Curvando ruas e conversa Não fala com ninguém Nem com quem se lhe atravessa Ninguém sabe o seu destino Ninguém sabe o seu nome Muitos o conhecem Como o gajo do costume Para onde é que ele foi Para onde é que ele vai Quem sabe só o pai Espírito santo Zé tás aí Ecoa num centro sem fim Progressivamente mais constantes Vão-se rindo de ti Não te adianta fugir Do que os outros pensam de ti Não tens para onde ir Zé tás aí Nos modos do teu caráter Deve haver alguma razão Sempre que tentas acertar o passo Voltas a perder a noção Estendem-se no tempo os limites da obsessão Se não há conclusão É sempre a mesma canção Zé tás aí Ecoa num centro sem fim Progressivamente mais constantes Vão-se rindo de ti Não te adianta fugir Do que os outros pensam de ti Não tens para onde ir Zé tás aí Vá lá Zé Não sejas tão difícil Eu sei que é difícil não ser difícil quando tudo é difícil Mas tu Zé Tu és impossível Uma verdadeira peça Que não se encaixa Nem tenta pertencer