paixão cíclica

Ruas sussurram histórias que o dia sepulta Passos ecoam, corações em descompasso Sombras dançam, um tango maldito Olhares famintos se cruzam Destinos se enredam Noite cúmplice Seduz (Vício doce, veneno) (Beijos furtivos, tormento) (Pele contra pele) (Êxtase imperfeito) Toque sutil, fagulha acesa Desejo inflama, indomável chama Razão se esfuma, loucura domina Cada segundo, eternidade em brasa Não há recuo, não há fuga, só rendição total O mundo se dissolve, resta o pecado imortal Teus lábios, néctar que não posso renunciar Tuas mãos, grilhões que anseio por abraçar Cada encontro, dose letal de prazer maldito Cada adeus, promessa vã de eterno conflito Somos réus e carrascos de nossa própria sentença Condenados a este amor que não cede, não vence Na valsa macabra de adorar o proibido Somos virtuoses em nutrir o mais temido Entre a virtude e o pecado, escolhemos o incerto No limbo entre êxtase e tormento, nosso eterno deserto Sedução é nosso vício, perdição nossa glória Cada noite uma odisseia, cada dia uma escória Erigimos impérios sobre areias movediças Alimentamos a pira com nossas próprias cinzas Este amor é um labirinto sem escapatória Quanto mais tentamos fugir, mais nos encarcera Somos vítimas vorazes deste vício sem cura Que transmuta nossa essência numa eterna tortura Vício doce, tão letal, impossível resistir Beijos roubados do tempo que insiste em fugir Pele contra pele, numa dança infernal Êxtase imperfeito, me consome total Vício doce, tão cruel, me afundo sem pudor Beijos roubados do tempo, sou refém deste amor Pele contra pele, neste jogo sem vencedor Êxtase imperfeito, nossa maldição, nossa dor Seduz Noite cúmplice Destinos se enredam Olhares famintos se cruzam Sombras dançam, um tango maldito Passos ecoam, corações em descompasso Ruas sussurram histórias que o dia sepulta Na penumbra da metrópole, segredos pulsam