tempo

Sol nasce e se põe, vinte e quatro horas Tempo escorre, igual nota de cem Cada minuto vale ouro, cada hora chora Relógio não para, a vida vai e vem Segundos preciosos, como moedas raras Quem mede o valor dos sonhos de alguém? Chances perdidas, contas pra pagar Sonhos murchando, bolso a apertar Talentos parados, juros a subir Memórias sumindo, lucro a fugir Cada sim um gasto, cada não dói Manhãs se arrastam, noites voam Horas se dobram, dias ecoam Tempo não para, relógio não mente Ponteiros dançam, vida não rende (Quem guarda o segredo do amanhã?) Quanto custa um sonho não vivido? Qual o preço de um riso contido? O que pesa um abraço adiado? O que sobra do tempo emprestado? Agora é tudo, agora é nada Tempo é grana, dizem os que têm de sobra Falta hora pra quem só trabalha e obra Rico de agora, pobre de viver Cheio de tempo, vazio de ser (Quem manda no banco da vida?) Futuro vendido, presente roubado Dom esquecido, talento trancado Sonhos em dívida, real parcelado Rotina comprada, brilho apagado Liberdade presa, sonho guardado Minutos se arrastam, horas voam Dias se dobram, anos atroam Décadas passam, século corre Eras se misturam, tempo não morre (Quem guarda um pouco da eternidade?) Mérito? Que piada sem graça Tempo desigual, vida que passa Um dia tem vinte e quatro pra todos Uns fazem castelos, outros só entulhos Rico descansa, pobre não para Lembro quando o tempo sobrava Quando o amanhã não assustava Quando as horas não tinham fim E os dias eram só pra mim Juventude rica, agora sumida Corro contra o relógio que não cansa Luto com o tempo, sem esperança Cada instante conta, cada hora vale Antes que o tempo cale e se cale Antes do fim, me reinvento e sigo Tempo é ouro, mas quem diz o preço? Falta hora, mas sobra apreço Rico de agora, pobre de viver Cheio de tempo, vazio de ser Quem muda as regras desse jogo? O tempo corre, mas posso mudar Reescrever a história, recomeçar Cada momento pesa, cada escolha fala O valor do meu tempo, eu que escalo Relógio que corra, não vou parar...