Manifesto

Esta vontade é uma guerra que não se fica por este país Proclamação que nesta língua se exorbiu no desconforto Exibindo-se belamente na necessidade de expor de raiz Como este português, que se existe é por necessidade De chamar algo que no se consegue descrever Ao mundo que nada me diz É por isso que sim, o mais triste deste país É que nem se sente, nem se faz sentir É que nem se ouve, nem se faz ouvir Este toldo português despreza a cultura E pensa que é só gente que não tem mais nada para fazer Ao desaperceberem-se que cultura é o que fez e faz o país viver Já que estamos tão habituados a olhar de lado Olhamos mais atentamente para os nossos vizinhos E humildemente ganhemos a noção Que os mais conhecidos são aqueles que decidiram Refletir em si a cultura do futuro, do presente e do passado Caralho, acordem e percebam que se o mundo nada me diz É porque nem se lembram de nós quando agora está em inseguro E depois há uma crise É por isso que sim, o mais triste deste país É que nem se sente, nem se faz sentir É que nem se ouve, nem se faz ouvir Não contamos, não contamos para nada Se já contamos, já não contamos E somos menos do que uma piada geográfica muito bonita Incapaz de ficar rica Se o dinheiro é a única opção e só fizermos por tê-lo na mão Nem mão nem corpo vão ficar É preciso querer mais Querer viver sem contar trocos, nem arranjar modos de Enganar gente só para ter à frente mais do que a gente que se deixou iludir Querer parar de sofrer e compreender que a melancolia Não é um estado de vida, mas sim um para viver outra perspectiva